quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Alguém atrás da porta


Por tantas vezes eu dormi aquecida e acordei com o frio. Por tantas vezes eu caminhei com pés descalços à procura de sandálias que coubessem - lhes. Por tantas vezes vaguei pelo vale das sombras a procura de, apenas, um feixe de luz que fizesse - me acreditar que ainda havia esperança e que aquele não era o fim. Por tantas vezes assisti filmes de romance e ao final da maioria deles eu me convencia de que havia alguém, ali, atrás da porta esperando...
Alguém que houvesse passado a noite na chuva e no frio por uma pequena briga de casal, por um ciúme bobo, ou até mesmo por um medo infantil meu. Alguém que provocasse ao ponto de me deixar doente de raiva e em seguida me convencesse com beijos a ficar mais calma. Alguém que me visse acordando de cabelo em pé, sem maquiagem e sem escovar os dentes e, ainda sim, dissesse: você é linda! Alguém que me olhasse enquanto eu estivesse dormindo. Alguém que quisesse gritar ao mundo que eu era dele, única e exclusivamente.
É, agora eu não tenho mais que fingir, porque eu tenho você.